E o tempo foi passando lentamente...
E como num filme fui perdendo você...
O que era cumplicidade virou saudade
O que era paixão virou ausência...
Já não sinto o seu respirar
Já não sinto o seu coração bater junto ao meu...
Aonde foi que nos perdemos...
aonde foi que ficamos no passado?
Você que foi tudo que sonhei
Tudo que busquei...
Você que eu não conhecia...
Mas que sempre esperei...
Esperei ansiosa...
Para ouvir teus passos subindo a escada
Esperei que me chamasse de amor... sem que teus lábios se abrissem...
Você que foi a minha razão de viver...
Que foi a minha esperança.
Amei você... como só se ama nos livros de romance...
Como só se ama nos filmes...
Eu tive você tão perto e tão distante...
Fui soltando tuas mãos aos poucos e fui perdendo você...
NINA
O que dizes a mim, tua serva...
Aqui diante de ti, contemplo a tua beleza...
Você que já foi testemunha de meu mais leve sorriso e também
da minha mais discreta lágrima...
Hoje apenas contemplo-te...
Sem sorrisos...
Sem lágrimas...
Mais contemplo-te.
Meu rosto é uma máscara de indignação...
Minha alma queima como se estivesse febril....
E meu coração arde no peito, como brasa
Já não sei se a olho com os mesmos olhos de antes...
Antes eu deixava teu brilho banhar meu corpo,
Hoje eu banho a ti com o brilho dos meus olhos...
Lua... lua... o que aconteceu?
Não sei se choro, se grito ou se devo rir...
Estou aqui abobalhada, olhando-te...
Como se nunca a tivesse visto...
Sentindo-te em toda sua plenitude...
E sinto-me como hipnotizada pela sua beleza e aliviada também pela paz, pela quietude
e pela tranquilidade com que invade a minha alma...
Lua testemunha, cúmplice, lua amiga minha.
NINA
Deus...
Os olhos que te busca agora... são os meus
A mão que te procura é a minha
O silêncio que te busco Deus... é que não sei orar...
E venho a Ti no meu silêncio...
Pra encostar em Teu manto...
Pra que enxugues o meu pranto...
Nunca soube usar palavras bonitas e nem medidas..
Nunca soube entender Tuas palavras tão complicadas Pai
Mais sempre soube do Teu amor
Sempre senti Tua presença nas pequenas coisas...
Num pássaro a bater suas asas
Numa flor a se abrir
Num sorriso de criança
Oh Pai... tanta coisa queria dizer...
Mas me faltam as palavras
Me sinto pequena Senhor!
Tanta coisa bonita eu vejo...
E talvez a ingratidão ou a insensatez me fecham os olhos...
E venho a Ti Senhor... não para pedir e sim pra recostar-me em Ti
Pra que possa me olhar nos olhos Pai...
Que me segure como se segura uma criança..
Porque sou sua criança
Aquela que teima...
Que fala palavrões..
Que faz coisas erradas concientemente
Que te questiona Senhor...
Com perguntas difíceis
Mas que te ama Meu Deus
Que te ama com o coração
Que acredita que És muito maior...
E é por isso que te peço...
Me acolha em Ti...
Me livre de mals pensamentos...
Me guie e me ensine caminhar...
E é nessa conversa silenciosa que oro...
Nessa conversa Pai que te peço perdão...
Perdão por achar tudo tão difícil e não buscar em Ti a saída...
Perdão por não compreender coisas tão claras
EU TE AMO PAI!
NINA
Nas minhas andanças
Meus olhos cruzaram os teus
meu sorriso se encantou
hoje já não pretenço mais a mim
meu coração busca o seu num silencio desesperado
meus pés procuram a sua direção
e já não vivo sem você
vc que ocupou todos os espaços vazios da minha vida
que me tocou tao forte
no mais profundo do meu sentimento
de tudo que fui
sou parte hoje de você..
Fixei meus olhos na imensidão do mar
E veio você em meus pensamentos
Ele me lembra você...
Na profundeza do mar
Vejo o intenso dos teus olhos
No vai e vem das ondas
A calmaria da tua voz...
Fecho meus olhos
Para que mar e você se misturem em minha mente...
Som e poesia
O vento bate em meu rosto
E sinto a sua presença... o seu toque a me acariciar
O vento forte desalinha meus cabelos
Viajo em você...
No teu sorriso
No pronunciar de tuas palavras
E claro como a luz do sol
Te sinto tão longe de mim...
Intenso como o azul do mar
Te sinto tão presente em mim
E tão sensível como um poeta...
Me vejo amando você..
NINA
